SINCOMÉRCIO Piracicaba

Arte

Sesc Piracicaba inaugura 14ª Bienal Naïfs do Brasil

Publicado em: 03/08/2018

Compartilhar esta página:

Sob o título “Daquilo que Escapa”, a edição 2018 apresenta bordados, desenhos, esculturas, gravuras, pinturas, vídeos, entre outros

Após receber 583 inscrições, de artistas provenientes de diversos estados do país, a mostra seleciona 107 naïfs brasileiros e expõe mais de 200 trabalhos

 

O Sesc Piracicaba inaugura a 14ª edição da Bienal Naïfs do Brasil, sob o título "Daquilo que Escapa", com curadoria de Armando Queiroz, Juliana Okuda e Ricardo Resende. Composta por bordados, desenhos, esculturas, gravuras, pinturas, vídeos, entre outras técnicas, produzidas por 121 artistas (107 selecionados e 14 convidados), de 21 estados do país, a Bienal se reafirma como maior evento de arte naïf do país, destacando peças que simbolizam não apenas a infinidade de relações do homem com a fauna, a flora, com o sagrado e o religioso, mas também o caráter transgressor e insubordinado do artista naïf, sua visão crítica, engajamento e resistência. Dentre os 107 selecionados, 4 artistas recebem o prêmio “Destaque-Aquisição” - seus trabalhos passam a integrar o Acervo Sesc de Arte Brasileira -, 5 são premiados na categoria “Incentivo”, além de 4 “Menções Especiais”, sendo o júri de Premiação composto por Armando Queiroz, Fabiana Delboni e Moacir dos Anjos.

Criada em 1992, na unidade de Piracicaba, a Bienal tem como intuito privilegiar a produção de artistas que revelam características da arte ingênua, espontânea, instintiva, popular, naïf ou naïve, concebidas, em sua maioria, de forma autodidata. Nos dizeres de Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo: “A potência da arte naïf expande-se para além da linha abstrata de divisão do tempo que a comporta e transborda, coabitando na pluralidade da cena contemporânea. (...) Tais vertentes expõem uma profusa diversidade de repertórios e realidades com universos particulares, que estendem horizontes e anseios, ideais e utopias, mostrando faces do que somos: um país heterogêneo repleto de contradições, com intensos contrastes sociais, buscando a afirmação de suas raízes e a valorização das distintas vozes, cores e manifestações culturais”. Miranda complementa: “Nesse ensejo, a Bienal abriga as obras selecionadas, os artistas convidados e adensa sua presença com diversificadas ações socioculturais, que se destacam nas atividades formativas tanto no Sesc Piracicaba quanto em espaços da cidade, além de um programa educativo com mediadores junto aos seus públicos”.

Para a Bienal Naïfs do Brasil 2018, a comissão curatorial ressalta a impossibilidade de exaurir a complexidade das vidas e das obras de todos os artistas que demonstraram interesse em participar, ou mesmo dos que foram escolhidos e convidados a expor. “A ingenuidade como forma de respeito, ao adentrar a casa de alguém, um pedido de licença para abordar qualquer aspecto que não nos pertença. Foram muitas visitas às casas ateliês num desejo explícito da curadoria de conhecer a ambiência de vida e criação desses artistas”, comentam Armando Queiroz, Juliana Okuda e Ricardo Resende sobre o processo de seleção e montagem da exposição. Baseados no que viram e ouviram, os curadores desta Bienal partem da proximidade com os artistas, de forma colaborativa, para a composição da mostra: “Dar conta e refletir sobre a realidade da produção desses artistas e suas múltiplas possibilidades de contextualização junto aos temas contemporâneos da arte e da sociedade. (...) O que se quer é estar juntos, pensar juntos. São os artistas que nos dizem ser Naïfs”.

Após receber 583 inscrições, de artistas provenientes de 24 estados brasileiros, perfazendo um total de 1.164 obras inscritas - sendo 2% provenientes da região norte, 11% do nordeste, 9% do centro-oeste, 71% do sudeste e 7% do sul do país -, a Bienal Naïfs do Brasil chega a sua 14ª edição orientada não por um tema, mas por um caminho sugerido pelo título “Daquilo que Escapa”. Acerca disso, os curadores dizem: “Aquilo que escapa serve para dar orientação do que a curadoria deseja privilegiar: a visão crítica, o engajamento, a resistência, o caráter transgressor e insubordinado, a diversidade de relações com o sagrado e o religioso, as relações afetivas com a fauna e a flora, com a realidade imperiosa e o mundo dos devaneios entrecruzados, além de variados outros temas abordados pelos artistas em suas obras”.

Artistas participantes: A D. Silva | Adisseny | Adri Lang | Águia | Alan Rodrigo (Besouro) | Albina Oliveira | Alcides Peixe | Aldophe | Alex dos Santos | Ana Zamaro | André Cunha | Anoushe Duarte | Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho | Arieh | Arivanio Alves | Arlindo de Oliveira | Azlemp | Biagini | Calderari | Carlos Valério | Carmela Pereira | Carmelito Santos | Carmézia | Carminha | Cecílio Vera | Célia Santiago | Cezinha Pé na Cova | Chico Santos | Chico Silva | Clóvis Júnior | Codo | Danbeco | Dibrósio | Diego Carvalho de Paula | Dilsão | Dona Nina Abreu | Doni 7 | Duhigó | Dulce Martins | Eduardo Nascimento | Eduardo Ver | Eri Alves | Eriba Chagas | Fernando Araujo | Fernando Bororó | Fernando Rios | Gildo Xavier | Givagomes | Guilherme Aquino | Gustavo Ansia | Helena Paula | Hélio Melo | Hiorlando | Iara Coimbra | Irailda | Ivan Cesar | Izabel Mendes da Cunha | Jean Zuqui | João Marciano | João Seles | Jofersant | José Antonio da Silva | Josinaldo | Julio Firmo | Juventino | L. O. D'Albuquerque | Lilian Rosa | Lourenço Beleboni | Lúcia Neto | Luciano Luz | Lucio Larangera | Luiz dos Anjos | Manoel Santos | Marcelo Schimaneski | Marcia Silveira | Marcio Nehrebecki | Marcos Akasaki | Maria Aparecida Queiroz Machado | Marilene Gomes | Marlene Kirchesch | Matheus Souza | Mestre João do Carmo | Mestre Nato | Mick | Nestor Filho | Neves Torres | Nilda Neves | Nilson Machado | Nilson Pimenta | Norman Corrales | Patricia Ruth | Paulo Perdigão | Paulo Roberto | Pituko Waiãpi | R. Domingues | Raquel Trindade - A Kambinda | Renata Kesselring | Renata Matusceviko | Renato Pontes | Rodrigo Motta | Ronaldo Torres | Rosalina | Rosângela Politano | Roseli Fontaniello | Ruiy Moura | Ruy Relbquy | Salvatori | Sebá Neto | Sérgio Pompêo | Shila Joaquim | Shoko Suzuki | Silvia Maia | Simone Koubik | Sinesio Brandão | Tatiana Seabra | Toninho Guimarães | Valdeck de Garanhuns | Varne Acosta | Vera Lucchini | Wender Carlos

Evento: 14ª Bienal Naïfs do Brasil - “Daquilo que Escapa

Curadoria: Armando Queiroz, Juliana Okuda e Ricardo Resende

Júri de Premiação: Armando Queiroz, Fabiana Delboni e Moacir dos Anjos

Abertura: 17 de agosto de 2018, sexta-feira, às 20h

Período: 18 de agosto a 25 de novembro de 2018

Local: Sesc Piracicaba www.sescsp.org.br/piracicaba

Endereço: R. Ipiranga, 155 - Centro, Piracicaba – SP

Horários: Terça a sexta-feira, das 13h30 às 21h30 | Sábado e domingo, das 9h30 às 18h

Tel.: (19) 3437-9286 / 0800 771 6243

Número de obras: Acima de 200

Técnicas: Bordados, desenhos, esculturas, gravuras, pinturas, vídeos, entre outras

Dimensões: Variadas

Visitação gratuita

Armando de Queiroz Santos Junior

Bacharel em Artes Visuais do Instituto de Ciências da Arte (ICA) da Universidade Federal do Pará. É doutorando no Programa de Pós-graduação da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. De julho de 2008 a janeiro de 2011, foi coordenador de Curadoria e Montagem do sistema que congrega oito unidades museais do Estado do Pará. Em 2012, foi diretor do Museu da Imagem e do Som do Pará - MIS-PA. De 2013 a 2015 foi Diretor do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. É membro do Conselho Curador da Associação Fotoativa (PA). Expõe desde 1993 e participou de diversas mostras coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Vive e trabalha entre Belém e Belo Horizonte.

Fabiana Delboni

Licenciada em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, com pós-graduação em “Curadoria e Educação em Museus de Arte” pelo MAC/USP. Atuando na área de educação e de produção artístico-cultural no Sesc São Paulo desde 2005, vem realizando inúmeros projetos e exposições na área de artes visuais. Atualmente é assistente técnica da Gerência de Artes Visuais e Tecnologias do Sesc São Paulo, no núcleo responsável pelo Acervo Sesc de Arte Brasileira.

Juliana Okuda Campaneli

Graduada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), especialista em História da Arte pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e mestre em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo (USP). Foi educadora em instituições culturais e museológicas da cidade de São Paulo e, atualmente, é assistente técnica da Gerência de Artes Visuais e Tecnologia do Sesc São Paulo, no núcleo responsável pelas exposições da rede.

Moacir dos Anjos

Possui graduação em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (1984), mestrado em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (1990) e doutorado em Economia - University College London (1994). É Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco desde 1990 e Professor Colaborador no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará desde 2013. Foi Diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães entre 2001 e 2006 e Pesquisador Visitante no grupo de pesquisa TrAIN - Transnational Art, Identity and Nation, na University of the Arts, em Londres, entre 2008 e 2009. Tem experiência na área de Artes Visuais, com ênfase em Teoria da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: arte brasileira, arte e política, cultura contemporânea e globalização. Foi curador da 29a Bienal de São Paulo (2010).

Ricardo Resende

Mestre em História da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), tem carreira centrada na área museológica. Trabalhou de 1988 a 2002, entre o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e o Museu de Arte Moderna de São Paulo, desempenhando funções de arte-educador, produtor de exposições, museógrafo, curador assistente e curador de exposições do MAMSP. De 2005 a 2007, foi diretor do Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza (CE). De 2009 a 2010, foi diretor do Centro de Artes Visuais da Fundação Nacional das Artes, do Ministério da Cultura. De 2010 a 2014 foi o diretor geral do Centro Cultural São Paulo, em São Paulo. Atualmente é curador do Museu Bispo do Rosario Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro e da Fundação Marcos Amaro, em Itu (SP). Publicou o livro Posição Perigosa do artista Hudinilson Jr.; é um dos editores do Catálogo Raisonné do Leonilson.

Sesc Piracicaba

Inaugurado em novembro de 1979, com projeto arquitetônico de Botti Rubin, ocupa um terreno de 15.000 m2 – com 8.000 m2 de área construída -, o edifício é composto por térreo, quatro pavimentos e um ginásio. As instalações contam com acessibilidade parcial, Espaço de Tecnologias e Artes, comedoria, espaço de leitura (livros, revistas e jornais), paraciclo (12 vagas), central de atendimento (5 postos), parque lúdico, salas de expressão corporal e ginástica multifuncional, ginásio coberto poliesportivo e para eventos, parque aquático (piscinas descobertas de recreação, adulto e infantil), solário, quadra poliesportiva, vestiários, loja Sesc, clínica odontológica com 4 consultórios e RX periapical, teatro (150 lugares), área de exposição e praça.