SINCOMÉRCIO Piracicaba

Artigos

Afinal, o que significa viver em tempos exponenciais?

Publicado em: 08/11/2019

Compartilhar esta página:

Em que mundo vivemos atualmente? Certamente, muitos de vocês já se fizeram essa pergunta. Certamente, não é mais um mundo local e linear, mas sim, global e exponencial, ou como diria Jorge Forbes, a Terra Dois.

Trabalhando com educação e acompanhando parte deste processo de evolução da sociedade, principalmente comportamental, percebo como é comum aos imigrantes digitais, pessoas como eu, que nasceram antes da criação da internet, terem a sensação de que o tempo e as transformações acontecem em velocidade praticamente impossível de acompanhar. Tal percepção não atinge aos nativos digitais, pois cresceram imersos neste novo habitat, onde a vida fica cada vez mais veloz, mais intensa, mais digital e, consequentemente, mais imprevisível. Vivemos no que convencionou-se chamar de “tempos exponenciais”.

Para tentarmos acompanhar e entender um pouco melhor este novo mundo, faz-se necessário traduzir em números o fenômeno de comunicação e conexão massiva vivenciada nos últimos 20 anos. Dessa forma, talvez consigamos ajustar nossa percepção acerca da complexidade do mundo atual e, principalmente, do comportamento das novas gerações.

Essa ferramenta, que inicialmente foi chamada de World Wide Web, evolui diariamente, devido à necessidade de garantir o máximo de interação e conexão entre o maior número de pessoas.

Quando comparamos com outros veículos, percebemos a ascensão meteórica da web. O rádio, por exemplo, levou 38 anos para ser difundido massivamente; a TV, 13 anos; e a internet, apenas quatro. Citando apenas uma das ferramentas de redes sociais, o Facebook demorou apenas dois anos e meio para virar febre. Os celulares hoje, item indispensável para quase todas as pessoas, já somavam, em 2018, mais de 7 bilhões, ou seja, já ultrapassaram o número de habitantes na Terra, mas acreditem, ainda existe espaço para crescimento, pois, apesar desses números estratosféricos, apenas 50% da população está conectada.

Vivemos em tempos exponenciais, onde transitam atualmente pela rede 16 trilhões de gigabytes e até 2025 serão 163 trilhões. São realizadas mais de 100 bilhões de pesquisas, apenas no Google, mensalmente. Podemos, então, até fazer uma pergunta provocativa: “Para quem eram feitas todas as perguntas antes do Google existir?”.

Embora a informação esteja amplamente disponível, será que conseguimos transformá-la em conhecimento efetivo. Para citar apenas um exemplo paradoxal, hoje, no dicionário inglês cinco vezes mais palavras do que na época de Shakespeare. Mas será que estamos conseguindo produzir obras tão ricas com todo esse arsenal gramático à disposição quanto naquele tempo?

Os dez empregos de maior destaque nos últimos três anos sequer existiam há pouco tempo. Provavelmente, estamos, hoje, educando e preparando alunos para empregos que nem existirão no futuro, para utilizar tecnologias que ainda nem foram inventadas, com a finalidade de resolver problemas que nem conhecemos, então, cabe a cada um de nós surfar na velocidade possível dessa onda, de forma a retirar o melhor proveito, utilizando esse mar de informações a nosso favor.

 

João Carlos Goia é gerente do Senac Piracicaba, jornalista pós-graduado em criação de imagem e sons em mídias digitais e mestre em educação.